O melhor de Istambul em um dia

06.04.2017

Uma vez de volta a Istambul, chegamos no hotel Wyndham Istambul Old City por volta das 19:00, largamos nossas tralhas seguimos direto para o restaurante que fica em anexo ao Ottoman Hotel Imperial, onde havíamos jantado no dia em que chegamos na Turquia. É um restaurante simples, com comida maravilhosa e um atendimento excepcional. Voltamos e indico. Também indico comerem o mix de carne e frango que eles fazem em uma jarra de barro. UMA DELICIA! Vale lembrar que essa e outras viagens estão disponíveis também no youtube e basta clicar aqui para ser direcionado.


Depois de comer até não aguentar mais e ganhar uma pratada de doce turco como cortesia, voltamos para o hotel para descansar, afinal de contas no outro dia tínhamos muito a conhecer em Istambul.

O melhor da cidade havia ficado para o final! Para literalmente fechar com chave de ouro! Rs Dessa vez não acompanharíamos o tour com a Çinem e sim com Tina, uma turca que fala português perfeitamente e que nos cobrou metade do valor que Çinem estava cobrando para fazer os mesmos passeios, com a vantagem de ser um tour privado. Tina é amiga de Coskun, ou seja, alguém de confiança.

Tina é guia na Turquia há 25 anos! <3

Ela é um doce de pessoa, calma, tranquila e explica tudo nos mínimos detalhes. Uma fofa. Se você está de passagem por Istambul  e quer um guia que te apresente a cidade da melhor forma, deixo o contato da Tina: +90 (546) 271-0782

Saímos do hotel em direção ao Hipódromo de Constantinopla caminhando. Depois de uns 15 minutos de caminhada chegamos naquele que foi o centro esportivo e social da capital do Império Bizantino. Construído em 203 D.C o hipódromo tinha 120 metros de largura, 80 de comprimento, composto por 40 linhas e chegava a receber 100 mil espectadores.

Assim era o Hipódromo de Constantinopla, com seus 30 obeliscos!

Ali aconteciam desfiles, corridas e outros eventos. Nas corridas de bigas e quadrigas se apostavam grandes quantidades de dinheiro e toda a cidade se dividia entre os seguidores das equipes. A rivalidade entre elas foi usada para instigar as rivalidades politicas e religiosas, acabando em algumas ocasiões em Guerra civil. A mais grave delas, chamada de Revolta de Nika, teriam morrido 30.000 pessoas e chegaram a incendiar a Basílica de Santa Sofia! Para melhorar a imagem da sua nova capital, Constantino e seus sucessores trouxeram obras de arte de todos os cantos do mundo para adorna-lo, chegando essa área a ter 30 obeliscos! Infelizmente após o saqueamento durante a Quarta Cruzada Constantinopla não voltou a se recuperar e acabaram destruindo o hipódromo, servindo apenas como área de treinamento dos cavalos dos turcos otomanos.

Hoje caminhamos sobre o antigo Hipódromo

Nos dias de hoje o Hipódromo é apenas uma praça localizada em frente à Mesquita Azul e dos monumentos antigos restam apenas alguns. Logo na entrada a Fonte Alemã, presente do Imperador Guilherme II para o Sultão Abdulhamid II.

A fonte com cúpula segue a arquitetura bizantina e é muito rica em detalhes. Em seguida o Obelisco Egípcio, construído com granito rosa de grande qualidade em 1490 A.C pelo faraó Tutmés III.

Para trazer de Luxor para Istambul, a peça teve de ser divida em três peças, sobrevivendo hoje apenas a parte superior, erguida no lugar onde Teodósio o colocou, sobre um pedestal de mármore que encena a dificuldade que foi para ergue-lo, bem como as batalhas que ali aconteciam.

Já a coluna Serpentina foi trazida da Grécia e foi feita para celebrar a vitória dos Gregos sobre os Persas. Era uma coluna em espiral de 8 metros, formada por 3 serpentes entrelaçadas, mas que hoje só resta um pedaço.

Já no fim do Hipódromo, um obelisco construído todo em pedra e que não se sabe ao certo quando foi construído, mas que no século X, o Imperador Constantino o reparou e colocou placas de bronze em sua superfície, que foram roubadas durante a Quarta Cruzada assim como os outros obeliscos e materiais valiosos que continham.

Dali seguimos para os dois monumentos mais icônicos de Istambul: a Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sophia, que estão localizadas uma frente a outra. Tá achando que to exagerando? Olha só a vista do portão de acesso da Mesquita Azul:

Fomos primeiro na Mesquita azul, também chamada de Mesquita de Sultanahmet, construída entre 1606 e 1616 a mando do 14 º sultão do Império Otomano, Ahmet I, que desejava construir um monumento que se equiparasse e até mesmo superasse a obra vizinha em grandeza e beleza.

Seu interior conta com mais de 30 mil azulejos que fazem a fama da Mesquita. Além disso, é a única mesquita de Istambul a ter seis minaretes e é considerada um dos principais cartões-postais há mais de 400 anos.

Vale lembrar que existem algumas regras a serem obedecidas por aqueles que desejam visitar o interior das mesquitas. Não é permitido entrar com sapatos, roupas curtas ou muito justas, e as mulheres precisam cobrir suas cabeças.

Minha modelo de mesquitas!! Rs

Na entrada são oferecidos gratuitamente panos para que possam se cobrir e sacolas plásticas para armazenar os calçados. Também é preciso permanecer em silencio e fotos são permitidas apenas sem flash.

Já a Basílica de Santa Sofia é o primeiro edifício histórico de Istambul e por mil anos foi a maior igreja do mundo! Construída em apenas 5 anos, entre 532 e 537, na época em que Constantinopla era a capital do Império Bizantino, essa obra vem a mais de 1500 anos impressionando e intrigando pessoas do mundo inteiro!


Seu nome, ao contrário do que muitos pensam, não faz referência à ninguém, principalmente a Santa. Seu nome original “Hagia Sophia” significa “sagrada sabedoria”.

Essa Basílica que vemos hoje é fruto da terceira construção da Santa Sofia. Antes dessa, outras duas já existiram no local. Era na Santa Sofia que aconteciam as coroações dos imperadores bizantinos.

Uma dos primeiros mosaicos que encontramos ao entrar na Basílica. O imperador de joelhos em frente a Jesus.

Em 1453, com a queda de Constantinopla, a Basílica foi transformada em Mesquita, até que em 1935 o pai dos Turcos e fundador da República da Turquia, Atatürk, transformou a Santa Sofia em um museu e a Turquia em um país laico. Em 1985, foi aclamada como um Patrimônio Mundial pela Unesco.

Tudo na basílica impressiona. Sua cúpula central de 31 m de diâmetro e 55 de altura pousa sobre quatro grandes arcos e quatro pilares perfeitamente escondidos entre as paredes, dando um ar de que sua enorme cúpula paira sobre o ar como se nada a sustentasse. Mais de quarenta janelas são responsáveis pela iluminação da bela igreja, iluminando os mosaicos e criando uma misteriosa atmosfera.

Santa Sofia serviu de inspiração para inúmeras outras mesquitas. Tiveram os que tentaram copiar sua arquitetura, totalmente sem sucesso. Até hoje não se sabe como foi erguida e por mais que tentem nunca conseguiram reproduzir algo tão perfeito e em tão pouco tempo como Hagia Sophia. Inacreditável né? #DougDeCara

No seu interior mosaicos feitos de pequenos pedaços de vidros, ouro, prata, terra cota e pedras coloridas relatam Jesus Cristo, Maria e personagens bíblicos ao lado de integrantes da corte bizantina.


Quando transformada em Mesquita, seus mosaicos foram cobertos por uma camada de cal e no lugar de mosaicos com figuras católicas, pinturas e desenhos tomavam conta da Basílica. Isso aconteceu até Ataturk chegar no poder e determinar que todos tinham o direito de ter sua fé exposta, ordenando a retirada dos painéis e a volta dos mosaicos.

Por conta dessa mudança entre igreja católica e mesquita, ela possui elementos de ambas as religiões, sendo esse pra mim o maior símbolo de tolerância e respeito da humanidade.

Do lado esquerdo Allah, do direito Mohamed e no centro a Virgem Maria, todos convivendo em perfeita paz e harmonia.

Ainda no piso inferior, um grupo de pessoas se aglomera em frente da “coluna da lamentação”, que possui um furo em seu revestimento e cuja lenda diz que se você conseguir dar uma volta completa sem tirar o dedão de dentro do furo, enquanto faz um pedido, ele irá se realizar. O pilar é abençoado por São Gregório, o milagreiro.

Não custa nada tentar né? Rs

O mezanino da Basílica também está aberto para visitação e para acessá-lo é preciso subir uma rampa de pedra um pouco íngreme.

Lá do alto podemos ter uma noção melhor da grandiosidade da Basílica além de ver diversos mosaicos reais feitos há séculos.

Alguns encontram-se intactos, outros ainda permanecem cobertos por gesso e outras pinturas otomanas, uns sofreram o desgaste da ação do tempo ou até mesmo foram saqueados por turistas, mas mesmo assim não deixam de ser impressionantes e belíssimos. Toda riqueza do Império ao longo dos anos está convergido em Santa Sofia.

Imperadores e Sultões entregando tudo o que tinham a igreja!

Logo atrás da Santa Sofia temos o Palácio de Topkapi, o primeiro palácio da dinastia Otomana em Istambul. Topkapi significa “porta do canhão” e tomou esse nome por conta dos canhões que existiam no portão principal.

Esse palácio foi residência principal dos membros da dinastia e centro administrativo para o Império Otomano. Considerado um dos maiores palácios do mundo, esse palácio chama atenção por seu tamanho territorial e não por seu prédio, como estamos acostumados.

O luxo e a grandeza não estão no tamanho do palácio, mas sim na riqueza de detalhes da arquitetura, na tranquilidade criada nos pátios e jardins e principalmente na captura de vistas panorâmicas excepcionais.

Está situado em um ponto estratégico da cidade, sendo de fácil acesso tanto a parte européia bem como a parte asiática de Istambul e cobre um a área de 700 mil metros quadrados, protegidos por 5 km de muro!!!!
Inicialmente era somente sede do governo mas algum tempo depois o harém também se mudou pra lá, o que obrigou a dividirem o palácio em duas partes: uma onde o sultão pudesse viver sua vida privada e outra para ser o centro administrativo do palácio.
Atualmente o palácio abriga vários museus e jardins públicos. Dos museus visitamos a área das cozinhas, das louças, as exposições de roupas dos sultões, a parte das caligrafias e o Salão de Audiências.

Infelizmente grande parte dos museus estavam fechados para reforma e os que visitamos não podiam ser fotografados. Queria muito ter ido na parte do tesouro que dizem ser incrível, mas fica para uma próxima. ☹

Depois dessa surra de história, beleza e majestosidade fomos almoçar no restaurante House of Medusa.

Um restaurante super charmoso e de comida deliciosa.

Enchemos bem nossos buchinhos e seguimos para a cisterna da Basílica, que fica ao lado da Basílica de Santa Sofia.
Foi construída em 532 para prevenir que a cidade ficasse sem água caso houvessem ataques que destruíssem seus aquedutos e para prover água para os edifícios mais importantes do então Império Bizantino.

Sua capacidade de 30 milhões de litros de água distribuídos em uma área de 10.000 metros quadrados e 8 metros de altura faz dessa cisterna a maior dentre várias que existem em Istambul. Possui 336 colunas com estilos diversos, retirados de diversas partes da cidade.

De todas as suas colunas, duas em especial chamam atenção de todos que visitam por serem duas cabeças de Medusa, uma colocada de cabeça para baixo e a outra além de serrada ao meio, colocada lateralmente.

Não se sabe ao certo o significado das cabeças na cisterna, mas é claro que existem várias lendas em torno disso. Uma delas conta que as puseram assim justamente para provar que mesmo estando no fundo da cisterna e colocadas de forma tão desrespeitosa, elas não transformariam toda cisterna em pedra, já que a Medusa transformava em pedra todos que desejasse.
Mas depois de construírem um sistema próprio de água corrente, os Otomanos abriram mão da cisterna, que foi esquecida por mais de 100 anos até que um viajante holandês resolveu investigar o que havia sobrado da arte bizantina e então redescobriu a Cisterna da Basílica e a apresentou para o Ocidente.
Próximo as Medusas há uma fonte dos desejos, onde você pode jogar uma moeda e fazer um pedido. Eu pedi para voltar para Turquia algum dia. E você? O que pediria?
Para fechar nosso último dia em Istambul, Tina nos levou aquele que é um dos maiores e mais antigos mercados cobertos do mundo: o Grand Bazaar.

Um dos portões do Grand Bazaar!!!!

Construído em 1461 como um armazém, passou por diversas reformas e expansões e hoje conta com mais de 60 ruas e cerca de 5 mil lojas, atraindo milhares de visitantes todos os dias. Tina nos disse que por conta da crise e dos atentados que aconteceram em Istambul, mais de 700 lojas já fecharam. 🙁 O complexo abriga além de lojas de comércio, casas de câmbio, duas mesquitas, fontes de água, delegacia, cafés e restaurants. É realmente gigante!!!

Agora imaginem o que vão encontrar pra vender no Grand Bazaar. Cerâmicas, tapetes, especiarias, joias, roupas típicas, tecidos, lustres, souvenirs, artigos de decoração, perfumes, calçados e roupas de couro são apenas algumas opções. Rs Uma infinidade de produtos te aguardam para te deixar louquinho(a) da Silva Sauro. Rs

Uma #DicaDoDoug é: Não deixe de pechinchar. Raramente o preço da etiqueta é o preço final e os turcos chegam a se ofender caso você não negocie. Demais né? É muito legal negociar, e se você tiver uma boa lábia vai garantir ótimos descontos. Ah Doug mas eu não falo inglês e muito menos turco. Don’t worry my friend! Os turcos já estão super acostumados com brasileiros e a grande maioria já arranha um português, isso quando não falam perfeitamente. Rs Mas se ainda assim a comunicação estiver difícil, pegue a calculadora, mostre números e conversem por mímica. Eles não se importam, estão interessados mesmo é em vender! Os turcos adoram os brasileiros e fazem de tudo para nos deixar a vontade e garantir uma boa venda. Oferecem chá, café, biscoitos… uma maravilha!

É difícil determinar os limites do bazar pois todas as lojas parecem iguais e é super fácil de se perder em meio a tantos corredores e lojas. Depois de comprar uma centena de capas de almofada, um lustre maravilhoso e milhares de bugigangas que jamais vamos usar, era hora de voltar para o hotel, desfazer e refazer (umas mil vezes) as malas e fechá-las, pois na manhã seguinte era hora de partir daquele país tão lindo e único!!!!

Amores!!!! <3

Chegava a hora de nos despedirmos da Turquia… Na mala boas e grandes lembranças e no coração mais uma paixão!!!!! Valeu Turquia!!!! Obrigado amigos! Obrigado Célia Tur!!!!

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