Titanic Museum em Belfast, Irlanda do Norte

20.07.2020

Mais sobreEuropa

A Irlanda do Norte é um país encantador, belo e cheio de história. A capital Belfast atrai centenas de turistas anualmente para entender melhor, além de outras, a história do navio que não naufragava. O RMS Titanic foi construído em Belfast, por mais de 15 mil homens e onde hoje não só existe o Titanic Museum, mas como um quarteirão inteiro é dedicado a sua memória. Mais de 100 anos passaram desde que o inaufragável desapareceu no Atlântico e sua história ainda é lembrada como se fosse ontem. Saca só algumas belezuras que esse país guarda:

O Titanic não alcançou as manchetes que gostaria, mas sem dúvida alguma entrou para a história! Prova disso é a quantidade de museus e exibições dedicadas ao navio, explorando desde sua construção até os dias atuais onde descansa a mais de 3800 metros de profundidade.  Estão preparados para viajarmos juntos pelo  Titanic Museum de Belfast, na Irlanda do Norte? – Se quiser ler mais sobre o que fazer na Irlanda do Norte, clique aqui.

Para começar: Titanic e Belfast, uma volta a 1900…

O RMS Titanic fazia parte da série de embarcações “The Olympic” –  RMS Olympic, RSM Titanic e Gigantic (renomeado de Britannic após o acidente com o Titanic) – operados pela empresa Whiter Star Line, teve sua construção iniciada em 1909 em Belfast na Irlanda do Norte, no estaleiro Harland and Wolf. Em 1911 o casco do Titanic ficou pronto e então foi lançando ao mar e levado até uma doca nas redondezas construída especialmente para ele, onde ficou até ser finalizado em 1912.

Os três irmãos. Foto: Pinterest

O projeto era super ousado para a época e os números impressionantes! O Titanic tinha mais de 270 metros de extensão, 3 milhões de rebites (muitos desses colocados manualmente), o casco possuída mais de 2 mil placas de aço, cada uma com mais de 2 metros e 4 centímetros de espessura. E não parava por aí, o navio ainda possuía 3 hélices de bronze, duas delas pesando 38 toneladas cada e a terceira “apenas” 22 toneladas.   Das quatro chaminés, apenas 3 funcionavam, a última servia apenas como efeito decorativo, dando mais imponência ao navio. Ao todo o Titanic pesava mais de 46 mil toneladas e era o mais moderno e luxuoso navio de passageiros da época.

No dia 4 de abril de 1912 o Titanic partiu de Southampton, na Inglaterra, seguindo para Cherbourg na França e então para Queenstown, na Irlanda, antes de seguir para seu destino final: Nova York, nos Estados Unidos. Estavam a bordo 1316 passageiros e 913 tripulantes, totalizando 2229 pessoas.

Foto: Twitter

No dia 12 de abril de 1912, o Titanic começou a receber alertas de outros navios sobre icebergs, mas não alterou sua rota. Na noite de 14 de abril de 1912, as 23:40, no meio do Atlântico, a uma velocidade de 41 km/h, o navio bateu em um iceberg que fez um rombo de 12 metros no casco por onde 7 toneladas de água por segundo entravam no navio. As bombas de drenagem do inaufragável não dariam conta e naquela altura os compartimentos e caldeiras estavam submersas, ou seja, o Titanic estava afundando.


Pouco mais de uma hora depois da colisão os primeiros dos poucos botes salva vidas foram lançados com menos pessoas da capacidade permitida. – Algumas pessoas sabiam que os botes não eram suficientes para todos os passageiros e muitas inclusive achavam uma balela investir em já que o navio não afunda né?! – Das 85 vagas disponíveis, apenas 24 eram usadas. Aos poucos as pessoas foram entrando nos botes, mas ainda assim muita gente ficaria de fora. Por volta de 01:00 da manhã a proa do navio já estava submersa e o pânico instalado. A popa do navio começou a afundar cada vez mais até que o peso foi tanto que fez o navio rachar ao meio, entre a 3ª e 4ª chaminé, afundando completamente por volta de 2:20 da manhã, levando consigo mais de 1500 vidas.

Foto: National Geographic

Sobre o Museu

O museu foi inaugurado em 2012, exatamente 100 anos após o primeiro lançamento do navio ao mar. Fato que aconteceu exatamente no local onde o museu está localizado hoje. O Titanic Museum não só nos relembra a história do luxuoso transatlântico, ele literalmente nos faz reviver boa parte dela. A área em torno do museu voltou a glória após o abandono com o declínio da construção naval em Belfast, sendo hoje o “Titanic Quarter”.

Com mais de 12 mil m², 9 galerias dispostas em 6 andares e capacidade máxima para 3.327 visitantes (0 mesmo número que o Titanic suportava em passageiros), o Titanic Museum foi projetado para ser um marco arquitetônico no país e tão grandioso quanto o navio era.

Do lado de fora o prédio é extremamente moderno, projetado para parecer a proa do navio e também para fazer alusão ao iceberg que o afundou. É revestido por mais de 3 mil folhas de alumínio prateado, para lembrar as ondas do mar. Inclusive a altura foi pensada, com 38 metros de altura, o museu tem a mesma altura do casco original do Titanic. Em frente ao prédio encontramos “Titanica”, uma escultura de bronze retratando uma figura feminina mergulhando, com o objetivo de representar esperança e a positividade e a placa com o nome do navio. Já atrás do museu está a rampa de deslizamento onde o navio foi originalmente construído e lançado ao mar pela primeira vez. No chão marcas brancas mostram as dimensões da embarcação.

Visitando o Museu

Cheguei ao museu de carro alugado, durante uma road trip pela Irlanda do Norte, e é super fácil de achar, uma vez que é gigante. Rs  – Vale lembrar que na época o museu não permitia fotografias e filmagens no interior, por isso tenho pouquíssimas fotos. 🙁

A primeira visita, o SS Nomadic, que foi construído em 1911 para ser barco auxiliar do RMS Titanic, transportando na viagem inaugural do Titanic 274 passageiros da 1ª e 2ª classe.

Também serviu como barco de apoio na 1º e 2º guerra mundial transportando soldados e restaurante/balada em Paris.

Depois disso o SS Nomadic passou por um amplo projeto de restauração, garantindo a preservação da sua herança histórica e aberto ao público como um navio-museu, se tornando patrimônio industrial e marítimo de Belfast.

Agora já no museu, logo na entrada um grande átrio central de onde partem uma série de escadas rolantes de vidro que dão acesso as 9 galerias por onde viajaremos.

O museu é totalmente interativo e viajamos entre os anos dourados do mercado naval da região, o projeto, construção e finalização do navio, ao fundo do atlântico e até mesmo aos mitos e realidades que envolvem o Titanic. Por isso separe algumas horas para essa visita! – Clique na foto para visualizá-la em tamanho real.

Diversos artefatos do navio compõe o museu. Móveis, louças, peças de carpete, réplicas das cabines, de decks do navio…. Até um cardápio original da noite do naufrágio eles tem aqui!

 

Em uma outra sala, projeções 360º nos dão a sensação de estarmos em um elevador visitando todos os andares do Titanic, da casa de máquinas aos decks superiores…

É em uma tela como essa da foto que acontece a viagem 360º

Outra galeria, a representação da noite do acidente onde podemos ler nas paredes todos os pedidos de ajuda que o Titanic emitiu naquela noite, com o som ambiente de código morse para completar. Logo adiante, algumas fotos de sobreviventes e da missão de recuperação dos corpos no mar.

A minha galeria favorita foi a que fizemos uma espécie de “expedição aquática” nos destroços do gigante, como se estivéssemos em um submarino, visitando os escombros do navio, controlados por nós mesmos, através de monitores touch screen. De quebra tivemos um guia, explicando todo o processo dele chegar até o fundo do Atlântico.

O museu também oferece wifi gratuito, instalações voltadas para pesquisa, lojas, restaurante, bicicletários e caixa eletrônico ATM.

Como chegar ao Titanic Belfast?

Como dito anteriormente, o museu fica em Belfast na Irlanda do Norte. Partindo de Dublin, na República da Irlanda, são em média 160 km que podem ser percorridos de carro alugado, ônibus ou trem. Se você precisar de informações sobre aluguel de carro na Irlanda clique aqui.

O ônibus é oferecido pela Aircoach – mesma empresa que falei no post Dublin: do aeroporto x centro -, custa €23,00 ida e volta e parte da O’Connell e te deixa em frente a Europa Central Bus Station em Belfast. De lá basta pegar um taxi ou caminhar até o museu.

Já os trens partem da Connolly Station direto para a estação de Belfast, custando em torno de €40,00, já com em tarifa estudantil.

Quanto custa?

São diversas as opções de tickets (combo família, individual, crianças, idosos…) e para saber mais sobre valores acesse o site deles clicando aqui. Vale lembrar que a Irlanda do Norte faz parte do Reino Unido, ou seja, a moeda corrente no país é a Libra e não o Euro.

 O que eu achei?

Eu particularmente sou um grande apaixonado por navios e essa paixão nasceu com essa trágica história. O filme Titanic de James Cameron (1998) sempre me deixou muito encantado com aquele navio, além de impressionado com tantas mortes. Essa fixação pelo Titanic fez com que eu visitasse alguns dos museus ao redor do mundo e com isso, acabei comparando eles. Essa “crítica” faço nesse post que você pode ler clicando aqui.

Mas no geral, eu amei o museu de Belfast. Além de todo o interior, de todos os objetos e projeções que nos permitem viajar pelo Titanic, o fato de estarmos no local onde ele realmente foi construído, tem um grande peso pra mim.

No mais eu espero que vocês aproveitem ao máximo a visita, aprendam bastante e que me contem como foi.

Um beijo,

Doug Pelo Mundo.

Tags relacionadas:

belfast, como chegar, como ir, dicas, França, Harland and Wolf, história, inglaterra, irlanda, irlanda do norte, nova york, RMS Olympic, RMS Titanic, titanic, titanic museum, white star line, Dicas de viagem, quanto custa, Aircoach, Northern Ireland, James Cameron, The Olympic, história do Titanic, Southampton, 1912, Naufrágio, iceberg, Museu do Titanic, Titanic Belfast, Titanic Quarter, Museu Titanic, Dicas de roadtrip, Roadtrip pela Irlanda do Norte, Alugando Carro, O'connel