O que fazer em Luxor, a capital dos templos?

A história do Egito antigo é divida em três Impérios: antigo, médio e novo império.

No Imperio antigo a capital era Memphis, próximo ao Cairo e foi durante esse período que construíram as pirâmides. O Império médio foi um período de crise e instabilidade. Já entre o final desse Império e inicio do novo, a capital foi transferida para Tebas (hoje Luxor) e todo o poder da civilização egípcia (enfraquecido durante o Império anterior) conquistou sua fase de maior esplendor e expansão das suas obras faraônicas.

Tá Doug e o que você quer dizer com isso?

Com isso eu quero dizer que: se você está procurando um lugar para entender melhor essa civilização e ver suas obras megalomaníacas, Luxor não pode ficar de fora do seu roteiro.

O nome Luxor significa “a cidade dos templos” e esse nome não é em vão.  Aqui encontramos o maior número de templos em todo o Egito, alguns deles em ótimo estado de conservação, nos fazendo ter uma boa ideia do que essa cidade era na antiguidade.

#DicaDoDoug: fique pelo menos 2 dias inteiros em Luxor, pois além da cidade ter muitos templos, é possível visita los durante a noite, no “Luxor by night”.

#DicaDoDoug 2: se estiver visitando a cidade durante o verão, esteja preparado para um calor infernal. Use sempre protetor solar e tenha água com você.

O que visitar em Luxor?
Karnak Temple

Construído na 11° dinastia, algo em torno de 1500 a.C, o templo de Karnak foi dedicado ao deus sol, Amon Há, e está geograficamente localizado de frente ao Vale dos Reis e das Rainhas, formando juntamente com esses templos uma pirâmide imaginaria. O templo de Karnak é onde o sol (vida) nasce , já o Vale dos Reis é onde o sol se põe, significando o ciclo da vida eterna.

Entrada de Karnak durante o Light and sounds

Faraós como Hatshepsut, Seti I, Ramses II e Ramses III interviram na sua construção e deixaram suas marcas no gigantesco templo de Karnak.

Logo na entrada uma avenida  que ligava Karnak até o templo de Luxor,  era totalmente ladeada por esfinges com cabeça de carneiro ao longo dos seus 3 quilômetros.

Logo em seguida o momento mais espetacular da visita (na minha opinião é claro): o Grande Salão Hipostilo que conta com mais de 5 mil metros quadrados e 134 gigantescas colunas, fazem qualquer ser humano se sentir minúsculo perto delas.

O templo é gigante e eu sugiro que você reserve pelo menos uma manhã para explorar tudo.

Paredes e colunas repletas de hieróglifos contando algumas batalhas, adorações, sacrifícios e oferendas para o Deus Sol.

Estátuas gigantes, esfinges, obeliscos e até uma piscina sagrada fazia parte do grande templo.

Piscina sagrada

A sala sagrada, onde aconteciam as oferendas para Amon Há, é o ponto exato onde o sol nasce. Iluminando a sala ao nascer.

A sala sagrada (em vermelho) era o local onde as oferendas eram oferecidas para o Deus Sol.

Luxor Temple

Menor em tamanho, mas tão importante quanto seu vizinho, o templo de Luxor tem influências de Ramsés II e Alexandre O grande.

 

A fachada do templo conta com um obelisco e 5 estatuas colossais de Ramsés. O projeto original contava com 6 estátuas do faraó e dois obeliscos, mas um dos obeliscos foi dado a França em 1834 e encontra-se hoje na praça da Concorde, em Paris.

O templo de Luxor é o único no mundo a ter características faraônicas, greco-romanas e islâmicas num só lugar.

Já na avenida das esfinges (que vai de Karnak até aqui), vemos uma estatua romana.

Logo ao entrar, a esquerda por cima do templo, a mesquita de Abu el-Haggag que remonta à época dos Fatimidas (996).

Essa janelinha aí a esquerda faz parte da mesquita. A entrada dela fica do lado de fora do templo.

Nas paredes hieróglifos nos contam um pouco mais sobre o processo de mumificação, sobre as oferendas e até mesmo sobre a reprodução humana a partir de óvulos e espermatozoides.

Mais um daqueles momentos que paramos e tentamos entender como um povo tão antigo conseguia estar tão à frente da sua espécie, sendo mestres na área da biologia, da medicina, engenharia, astronomia e várias tantas outras…

Já ao fundo do templo uma Igreja romana Cristã, vivendo em perfeita harmonia e paz com a mesquita e os muçulmanos há centenas de anos.

Os romanos transformaram parte do templo em uma capela e o que resta dela são apenas alguns afrescos bem deteriorados, algumas colunas e esse espaço reservado para a estatua do imperador de Roma.

Voo de balão

A primeira vez que voei de balão foi na Capadócia durante o inverno. Foi incrível mas dessa vez eu estava com as expectativas altíssimas, afinal de contas estaria sobrevoando Luxor e durante o nascer do Sol.

Para isso saímos do hotel de madrugada, atravessamos o Nilo de felluca e fomos até o local de partida dos balões. Balões de todas as cores tomavam forma…

Uma das melhores partes de fazer vôo de balão em Luxor é poder ver os templos do alto e ficar ainda mais chocado com o tamanho deles…

Mas a melhor de todas mesmo é quando o astro do vôo resolve dar as caras. O alto Rei, o Deus Amon-Ha (Deus Sol)… Ele pinta o céu, o Nilo, os balões e deixa tudo muito, mas muuuuito lindo:

West Bank

Luxor é divido em duas partes, levando o Rio Nilo como base: leste (East bank) e oeste (West Bank). Os egípcios antigos acreditavam que a margem leste (East Bank – onde o sol nasce) era reservada aos vivos, por isso a cidade e os templos eram construídos nesse lado. Já a margem oeste (West Bank – onde o sol se põe) era reservada aos mortos, por isso todas tumbas estão nessa aérea da cidade.

Aqui podemos encontrar 4 grandes e importantes lugares para visitação:

Hatshepsut Temple

Esse foi o templo da primeira mulher a governar o Egito antigo.

Hatshepsut era a primeira (entre 3) esposa do faraó, que tinha 3 filhos homens. Dois deles faleceram e o último, o mais novo, tinha apenas 5 anos quando seu pai veio a falecer, sendo incapaz reinar e deixando o caminho livre para Hatshepsut, que por sua vez mandou o enteado estudar fora de Luxor, matou as outras duas esposas e reinou, absoluta, por 18 anos.

Assim era o templo mortuário de Hatshepsut

Durante esse periodo, a primeira Faraó do Egito Antigo fez grandes alianças com os povos vizinhos e era adorada por eles. Mas não foi assim fácil conquistar o respeito de tantas pessoas que até o momento só haviam sido governadas por homens. O que Hatshepsut fez?  Ordenou que sempre fosse retratada como uma figura masculina, sem peitos, com barba e vestimentas de faraó. Loucura né?!

Hatshepsut exatamente como ela queria ser representada: sem seios, com vestimentas masculinas e barba.

Seu enteado retornou a Luxor quando completou 23 anos, buscando o trono que lhe era de direito. Para isso, matou sua madrasta e depredou tudo o que pôde, na tentativa de apagar a memória e o legado de Hatshepsut.

Hoje o templo consta com 2 gigantes terraços colunados, rampas e escadarias de acesso, além da sala sagrada para oferendas e rituais.

Vale dos Reis

É nada mais nada menos que o cemitério dos reis do Egito Antigo, mas esse lugar tem um post exclusivo que você pode estar conferindo clicando aqui.

Só para sentirem o gostinho do Vale dos Reis

Vale das Rainhas

Localizado a mais ou menos 5 km de distância do Vale dos Reis, o Vale das Rainhas como o próprio nome já diz é o lugar onde as rainhas egípcias descansam. Elas por sua vez dividem suas câmaras mortuárias com seus filhos (as) que não alcançaram o reinado.

Uma das tumbas que visitei tinha um bebê de mais ou menos 4 meses mumificado e em ótimo estado de conservação. Dizem que após um aborto espontâneo, a Rainha pediu para que mumificassem o feto e sepultasse na sua tumba. Louco né?

Aí algumas tumbas. Essa mureta que vemos na foto foi construída para facilitar o acesso as tumbas.

Aqui temos mais tumbas do que no Vale dos Reis, algo em torno de 70 mas apenas 4 estão abertas para visitação. Dessas 4, uma é paga a parte, da Rainha Nefertari, que foi construída em 1290 a.C. a mando de Ramsés II, para sua esposa predileta. Criaram um tour virtual pela tumba de Nefertari, que vocês podem se deliciar assistindo esse video:

As tumbas possuem o mesmo design de salas e corredores que as dos Reis, embora sejam numa escala muito menor.

Fotos são proibidas mas é bem comum o segurança se oferecer para tirar foto mediante a suborno.

Deir el-Medina

Esse foi um povoado fundado por Tutmosis I para hospedar os trabalhadores e artesãos do Egito antigo que trabalhavam nas tumbas dos faraós.

Vilarejo de Deir el-Medina

Por mais de 450 anos esse povoado foi habitado por construtores e decoradores das tumbas reais, que não só criavam a dos grandes Reis, mas as suas próprias tumbas também.

As tumbas em Deir el-Medina são bem menores que a dos Reis, mas não perdem nada no quesito decoração e beleza. Nas paredes, imagens da sua vida diária, com a família, no trabalho e também desenhos do que eles acreditavam ser a vida após a morte.

É lindo ver a diferença de valores deles para os reis e também a forma como estavam sempre juntos. Aqui as tumbas eram para a família e não só para um membro. Lindas e especiais.

E nunca esqueceram as pirâmides!!!!

 

Valores

Vamos a parte da facada! Rs

Os preços mudam anualmente e esses são os valores de 2018. Também quero dizer que essa viagem foi parte de um projeto com a AIESEC, chamado “Backpacking Egypt” onde todos os tickets estavam inclusos e se você quer mais informações sobre, leia esse post.

Ahhh, não esqueça sua carteira de estudante pois em quase todos os templos estudante tem desconto. Abaixo os valores de inteira e meia entrada em pounds Egípcios:

  • Karnak Temple: 120 EGP / 60 EGP
  • Luxor Temple: 100 EGP/ 50 EGP
  • Vôo de Balão: 
  • Hatshepsut: 80 EGP/40 EGP
  • Vale das Rainhas: 80 EGP/40 EGP – Adicional para a tumba de Nefertari (opcional) 1000 EGP
  • Al-Deir El-Medina: 80 EGP/40 EGP

Espero que vocês estejam se encantando com esse lugar incrível que é o Egito, pois estamos só começando. Rs

Um beijo,

Doug Pelo Mundo

 

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